Os anos de 2020 e 2021 foram desafiadores para o mercado, de uma forma geral. Isso porque uma pandemia mundial fez com que todos os negócios se adequassem a um novo cenário econômico e a uma realidade completamente diferente e inesperada.
O cuidado se tornou fundamental, enquanto a saúde e qualidade de vida nunca foram tão valorizadas. Diante disso, convidamos Fernanda Nehlaoui, Head de Benefícios da Finlândia, para nos dar algumas dicas importantes para as empresas que desejam investir no pacote de benefícios para o seu time, escolherem bem o fornecedor, confira:
Dica 1
Ao avaliar o plano de saúde ideal para seus colaboradores, o item mais importante se refere ao acesso à assistência médica, por isso é preciso saber quais hospitais e clínicas os seus funcionários poderão frequentar. Não podemos deixar de mencionar que a proporção de quanto maior o acesso, mais afetará o preço do plano de saúde, entretanto, é possível encontrar operadoras que trabalhem com valores mais baixos e disponibilizam centros médicos de qualidade.
Além da quantidade e qualidade da rede credenciada ofertada pela operadora, deve ser considerada a localização, pois de nada adianta contar com boas clínicas e hospitais, se ficam em outra cidade ou a uma distância muito grande de onde os funcionários moram e costumam circular.
A empresa pode optar por planos regionais ou nacionais. A área de cobertura de um plano regional, como o nome sugere, compreende apenas a extensão específica contratada. Já o nacional conta com hospitais credenciados em todo o país. O ideal para o melhor custo benefício é a análise personalizada conforme atividade da empresa, localização e também cargos dos colaboradores, avaliando assim todas as necessidades.
Dica 2
O desenho da política interna impactará diretamente no custo do plano. A empresa pode optar por disponibilizar o plano de forma compulsória, por adesão e até mesmo conforme cargo dos colaboradores.
Sabia que o plano compulsório pode ter um custo reduzido em relação aos outros?
Essa modalidade envolve todos os colaboradores da empresa, exceto àqueles que já têm um plano de saúde privado contratado ao qual essas pessoas deverão apresentar os documentos que comprovem o pagamento e a contratação particular dessa garantia.
Ao optar por fazer um plano compulsório, o valor individual será menor, em contrapartida, todos na empresa deverão ter o benefício, por isso nesse momento é importante avaliar o impacto no orçamento, as perdas e ganhos ao adotar essa modalidade. Um detalhe que deve ser observado é que quando o benefício é utilizado de maneira opcional, apenas as pessoas com situações de risco à saúde optam pelo plano, especialmente se ele for coparticipativo. Isso faz com que aumente a frequência de consultas, tratamentos e cirurgias, o que encarece para a operadora, consequentemente, eleva o custo para a empresa, além de termos o risco referente aos inativos que por serem contributários, podem continuar no plano após demissão sem justa causa e aposentadoria conforme RN279.
Devido a esses fatores, o plano de saúde compulsório é um dos mais baratos disponíveis no mercado.
Dica 3
A coparticipação é um valor pago pelo beneficiário quando ele utiliza um serviço coberto pelo plano de saúde, sendo que o mesmo não é cobrado no ato do atendimento e sim posteriormente juntamente com a mensalidade. Esse método estimula um uso mais racional dos serviços, o que, no fim, se reverte também em vantagem para o usuário, que tem que arcar com um reajuste menor a cada ano. É um importante fator para controle da sinistralidade e cuidado com a saúde do colaborador, visto que incentiva o uso preventivo, acompanhamento médico e a utilização de pronto socorro somente em casos de urgência/emergência.
De acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o valor da coparticipação não pode ser superior a 40% das consultas e exames, o que facilita nas negociações entre as empresas e as operadoras, esse modelo elimina gastos excessivos, além de contribuir com o bem-estar dos funcionários. No momento da contratação a definição do melhor modelo de co- participação é essencial. Um time comercial bem preparado irá apresentar os modelos adotados pelo mercado, e na implantação, instruir sua população de como funciona a utilização consciente do plano.
A coparticipação também agrega uma parceria entre a empresa e seus colaboradores com o intuito de aprimorar aspectos como produtividade e organização em finanças pessoais, uma vez que o usuário tem a chance de avaliar os tipos de procedimentos que necessita, e assim colocar em ordem as despesas com atendimento médico.
- Dica extra!
Para entender um pouco mais sobre a questão da coparticipação e seu papel no futuro do setor, recomendamos a leitura do trabalho “Efeito da coparticipação no número de consultas médicas eletivas em modelos dinâmicos de contagem”, de Wescley de Freitas Barbosa, vencedor do 2º lugar na categoria Economia do VI Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar.